quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Expedição Indonésia 70 dias - Parte 2 - SUMBAWA

Visual do Restaurante - Lakey Peak



Era o primeiro grande swell da barca, era necessário muita cautela para não errar na escolha do pico para o surf, pois tudo era tempo e dinheiro. Fizemos uma reunião de planejamento com toda a equipe, contando também com a presença da nossa guia Samia Carolina, uma brazuca que reside há mais de 6 anos em Bali, e também do fotógrafo local de Ilha Bela, Sidney Polansk, que já possui uma boa experiência em viagens à Indonésia.

Decidimos investir em Super Sucks, na ilha de Sumbawa. Ao invés de ir de avião, para economizar dinheiro, optamos por ir de carro, no nosso caso, com 2 carros. Atravessamos a ilha de Bali, Lombok e mais duas balsas para chegar até a ilha de Sumbawa, totalizando mais de 14 horas de viagem por alguns dos lugares mais "inóspitos" da Indonésia.

No dia do swell o vento não estava bom para a onda de Super Sucks, mas no dia anterior, havíamos checado um outro pico, chamado Scar Reef, e decidimos ir checar de novo. Algumas horas depois, nos deparamos com um mar clássico de 6 à 8 pés, com vento terral e tubos que davam 3 baforadas! Eu fiquei da areia, registrando a ação dos meninos na água. As minhas pernas tremiam, era o mar mais perfeito que eu já havia visto na vida!!


No final de tarde fomos para Super Sucks, com o vento um pouco mais fraco, mas aí o problema foi a maré, que estava muito seca. Estou falando de 2 palmos de água, em uma bancada super afiada e 4 à 5 pés de onda. Infelizmente não vimos Super Sucks funcionando do jeito e no outro dia ainda rendeu mais um dia de boas ondas em Scar Reef, com o mar um pouco menor. 

De Super Sucks, partimos de carro para Lakey Peak. Foram 8 horas de viagem por uma estrada sinistra, cheia de clifs, buracos, macacos e cenários lindos, de tirar o fôlego! 

Os primeiros dias foram de mar pequeno, mas muito bom. Lakey Peak é uma onda que abre para a direita e para a esquerda, possibilitando muitas manobras. O crowd é intenso, mas como em cada onda vai sempre 2 pessoas, o surf rola solto, sem maiores problemas.

Eis que chegou o primeiro swell e fomos conhecer a onda de Periscopes, aquela que o Jack Johnson até fez uma música em homenagem à onda. Periscopes é uma direita volumosa, que possibilita manobras e alguns tubos nas sessões mais rasas. O mar tinha 5 à 6 pés, com vento terral pela manhã, mas logo entrou o maral e o mar não ficou tão bom, mas continuou bem surfável.

Depois o mar seguiu bom em Leakey Peak por vários dias. Aproveitamos para treinar bastante os atletas, tanto no surf, como treinos físicos, aplicados pelo técnico do Rio de Janeiro, Pedro Robalinho. 

Após alguns dias, mais um swell consistente atingiu Leakey Peak, e resolvemos aproveitá-lo no pico. Ondas de 6 pés com altos tubos quebravam na maré seca. Foi aí que passamos um dos episódios que marcou a nossa trip. Um português tomou a série na cabeça, em um lugar de zona de impacto e apagou. O nosso atleta Wesley Leite, juntamente com alguns surfistas que ali estavam o retiraram da água apagado. Eu e o Pedro Robalinho estávamos filmando do palanque, que fica na frente do pico e foi lá que fizemos o procedimento de ressuscitamento (RCP). 

Após cerca de 40 minutos de massagem cardíaca e insuflação, o português voltou à respirar e foi levado ao hospital pela ambulância. A nossa guia Samia Carolina, que fala a língua local fluente, acompanhou o português e seus amigos ao hospital. Infelizmente o hospital não tinha recursos para o atendimento que ele precisava. Ele entro em estado de coma e foi levado para Bali. Após 3 dias de ansiedade por notícias, veio a triste notícia de que ele não havia resistido. Nesse mesmo swell, um surfistas australiano também faleceu em Scar Reef. A bruxa estava solta!

Todos ficamos abalados, mas ciente do trabalho que tínhamos pela frente, superamos esse triste fato, continuando a nossa missão. Nesse dia, o mar quebrou perfeito, mas ninguém teve coragem de surfar por algumas horas, não tinha vibe. No fim de tarde, retornamos com os trabalhos e os atletas pegaram altas ondas. 

Aproveitamos em Lakey Peak durante duas semanas. Foi muita evolução nessa onda e eu recomendo para surfistas de qualquer nível. A onda só é perigosa na maré seca, fora isso, é um mel! 

De Lakey Peak retornamos para Bali, mas isso é assunto pro próximo episódio...

Da esq. para a dir.: Philippe Chagas, Weslley Dantas, Wesley Leite, Tales Araujo, Pedro Robalinho e Everton Silva em Super Sucks

Visual pela ilha de Lombok

Panorâmica em Super Sucks

Barco à caminho de Lakey Peak


Posto de Gasolina em Sumbawa

Weslley Dantas e Everton Silva

Locais da ilha de Lombok

Estacionamento em Periscopes

Estrada na ilha de Sumbawa

Estrada na ilha de Lombok

Everton Silva decolando em Periscopes

Everton Silva rasgada em Lakey Peak

Everton Silva no trilho de Scar Reef

Da esq. para a dir.: Ricardo Bocão, Everton Silva e Bruce Rubim

Visual na ilha de Lombok

Balsa na ilha de Lombok

Visual de Leakey Peak

Igreja em Lombok

Visual da ilha de Sumbawa

A galera da trip à procura das ondas em Lakey Peak

Visual em Lakey Peak

Locais de Super Sucks

Visual pelas ruas da ilha de Sumbawa

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Visual pela ilha de Lombok

Balsa na ilha de Lombok

Marco Antonio e Everton Silva

Placas em Lakey Peak

Hora do rango em Super Sucks

Visual pela ilha de Sumbawa

Visual da praia de Scar Reef

Everton Silva filmando em Super Sucks

Everton Silva dirigindo pelas estradas de Sumbawa

Visual da praia de Yoyo's


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